BRASIL - O ex-presidente Lula está
deprimido, chateado e muito preocupado. A descrição é de um de seus melhores
amigos, que prefere dizer que o petista está “deprê”.
Lula não teve orientação oficial de médicos para faltar ao ato
da CUT no 1º de Maio, como foi divulgado. Ele estava mesmo rouco e abatido. Mas
poderia ter comparecido à celebração ao lado de Dilma Rousseff, ainda que não
fizesse discursos.
Ele já não estava animado, mas o fato de Dilma ter se atrasado
ajudou na decisão de Lula de ficar em casa. Dona Marisa, que não gosta da
presidente, fez forte pressão para que ele não fosse ao Anhangabaú.
Lula, na opinião de
interlocutores próximos, estaria “de saco cheio” de Dilma, apesar de solidário
em muitos momentos.
As informações são de Mônica Bergamo
As investigações da
Procuradoria Geral da República levaram ontem
a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula para o centro da Operação
Lava Jato.
O procurador-geral Rodrigo Janot enviou ao STF (Supremo Tribunal
Federal) um pedido de abertura de inquérito contra Dilma, Lula e o ministro
José Eduardo Cardozo (Advocacia Geral da União) sob suspeita de terem atuado
para obstruir as investigações da Lava Jato.
A investigação tem como base a delação do senador Delcídio do
Amaral (ex-PT-MS), que relatou ação de Dilma para nomear um ministro do
Superior Tribunal de Justiça com o objetivo de libertar empreiteiros presos.
Resposta
Em nota, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo,
afirmou que as denúncias de Delcídio são “absolutamente levianas e mentirosas”
e que a abertura de inquérito irá demonstrar que ele “faltou com a verdade,
como já anteriormente havia feito quando mencionou ministros do STF”.
O Instituto Lula diz que o documento da Procuradoria-Geral da
República indica suposições e hipóteses.
“Trata-se de uma antecipação de juízo, ofensiva e inaceitável,
com base unicamente na palavra de um criminoso”.
O ministro Ricardo Berzoini se disse totalmente tranquilo em
relação às investigações.
Edinho Silva afirma que não houve ilegalidades nas contas da
campanha de Dilma em 2014, aprovadas pela Justiça Eleitoral.
Jaques Wagner sustenta que não teve acesso à petição e que suas
atividades são motivadas pelo interesse público.
A defesa de Delcídio informou que ele foi incluído como
colaborador, como parte do acordo de delação.
Outros citados não se pronunciaram ou não foram encontrados.