BRASIL - Janot
informou sobre o aditamento da denúncia: “Se constatou que Luiz Inácio Lula da
Silva, José Carlos Bumlai e Maurício Bumlai atuaram na compra do silêncio de
Nestor Cerveró para proteger outros interesses, além daqueles inerentes a
Delcídio e André Esteves, dando ensejo ao aditamento da denúncia anteriormente
oferecida”.
No documento, o
procurador afirmou que, além da delação de Delcídio, há “diversos outros
elementos” comprovando a participação de Lula na empreitada – entre eles, o
agendamento de uma reunião entre Lula e Delcídio no Instituto Lula em data
próxima às negociações sobre a delação premiada de Cerveró.
O ministro Teori
Zavascki, relator da Lava-Jato no STF, analisará a denúncia. Ele vai elaborar
um voto e apresentar à Segunda Turma do tribunal, composto por cinco
integrantes. Se o colegiado aceitar a denúncia, Lula e os outros investigados
serão transformados em réus. Não há data prevista para essa análise acontecer.
O senador Delcídio Amaral foi preso no dia 25 novembro de
2015 após ter sido flagrado negociando pagamento de propina à
família e ao advogado de Nestor Cerveró em troca de ele não assinar acordo de
delação premiada. O senador aparece, junto com o advogado Edson Ribeiro e o
banqueiro André Esteves, em duas gravações feitas pelo filho de Cerveró, o ator
Bernardo Cerveró. Segundo delação do senador, divulgada pela Isto É,
Lula foi o mandante dos pagamentos para comprar o silêncio do ex-diretor da
Petrobras, com o objetivo de que o ex-diretor da Petrobras protegesse o
pecuarista José Carlos Bumlai nos depoimentos. Na ocasião, o Instituto Lula
repudiou as acusações e negou a participação do ex-presidente em
irregularidades.
Fonte: Globo.com