BRASIL - O impeachment da presidente Dilma
Rousseff (PT) expõe um racha entre integrantes do PSDB, que divergem sobre a
participação do partido em um possível governo Michel Temer (PMDB). Enquanto o
presidente do partido, senador Aécio Neves (MG), e o governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin, defendem apenas apoio a Temer, o senador José Serra (SP) e o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sinalizam que a legenda pode, além
disso, ocupar cargos na gestão do peemedebista.
A posição do partido neste momento é
considerada crucial para ditar os rumos das eleições 2018. Enquanto Aécio, que
despencou em pesquisas de intenção de votos para a Presidência, aposta em maior
independência do PSDB para garantir protagonismo do partido no próximo pleito,
Serra pensa em cacifar um ministério de Temer – o que garantiria a ele um
retorno aos holofotes da política nacional. Alckmin também corre por fora em
uma possível candidatura.
Uma reunião da Executiva
Nacional do PSDB, marcada para o próximo dia 3 de maio, vai definir o rumo do
partido. Por enquanto, a maioria do colegiado defende a linha majoritária do
PSDB: não participar do governo Temer com cargos. Há uma avaliação de que o
partido pouco teria a ganhar, já que Temer enfrentará uma situação de grave
crise econômica e convulsão política.
Apesar de estarem do
mesmo lado na questão, Alckmin e Aécio diferem no “nível de pressão” sobre o
tema. O governador é mais enfático em relação a possível entrada de Serra no
governo peemedebista, propondo punições a dissidentes. Já Aécio declarou que
não pretende “dar uma de PT e expulsar do partido” e afirma que não irá impedir
que tucanos participem do governo, mas que não haverá indicação oficial do
PSDB.
Fonte: gazeta do povo