GOLPE NÃO, É IMPEATCHMANT
BRASIL - A debandada de
partidos da base aliada, que terá peso decisivo na votação do impeachment da
presidente Dilma Rousseff no próximo domingo, ganhou nova dimensão na
terça-feira com o desembarque do PP, que tem 47 deputados
e havia se tornado a maior legenda aliada desde que o PMDB rompeu com o Palácio
do Planalto. A decisão já começou a influenciar outros partidos que se
encontravam divididos a respeito do impeachment, provocando um “efeito
cascata”: o PRB, com bancada de 22 deputados, fechou posição a favor do
afastamento da presidente; e o PR deve liberar a bancada de 40 deputados para
votarem como quiserem.
A tendência é que
haja impacto também sobre votos no PMDB, que até terça-feira contabilizava 26
indecisos entre os 66 deputados da bancada. Mesmo os peemedebistas mais
alinhados ao governo passaram a admitir que, com a decisão do PP, parte desses
votos deve se transformar, nos próximos dias, em apoio ao impeachment. Nas
contas de um peemedebista desta ala, os votos pró-impeachment podem chegar a
60.
No Palácio do
Planalto, a notícia do desembarque do PP e do PRB provocou desânimo. A ordem é
continuar investindo no corpo a corpo com os deputados para conseguir votos
individuais e evitar que a oposição alcance os 342 necessários para aprovar o
processo. Segundo um integrante do governo, no entanto, a presidente ainda
conta com votos de um núcleo duro em alguns partidos aliados. Essa conta é
feita com base num cruzamento do mapa de votações, fluxo de demandas atendidas
e uma análise de comportamento de cada parlamentar.
Fonte: oglobo.oglobo