BRASIL - O
ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou o acordo
de delação premiada de Otávio Mesquita de Azevedo, ex-presidente da empreiteira
Andrade Gutierrez, e de Flávio Barra, ex-executivo da empresa.
Os
executivos afirmaram que a empresa pagou propina em forma de doações legais
para as campanhas da presidente Dilma Rousseff em 2010 e 2014.
A
propina vinha de obras superfaturadas da Petrobras e do setor elétrico, e o
esquema de pagamentos ganhou maior escala a partir das obras da usina de Belo
Monte. Entre as obras listadas com pagamento de propina estão estádios da Copa
do Mundo: o Maracanã, no Rio, a Arena
Amazônia, em Manaus, e o Mané Garrincha, em Brasília.
A "Folha" disse que a Andrade Gutierrez entregou uma planilha em que detalha as doações vinculadas à participação da empreiteira em contratos de obras públicas.
Consta
nos depoimentos, que a obra da usina de Belo Monte, da qual a Andrade fez
parte, envolveu pagamento de propina para os dois partidos. Ainda de acordo com
o jornal, a negociação para estruturar o esquema teve participação dos
ex-ministros Antonio Palocci e Erenice Guerra.
O
coordenador jurídico da campanha de Dilma em 2014, Flávio Caetano, afirmou em
nota que toda a arrecadação obedeceu as regras vigentes.
Veja
a íntegra da nota no fim desta reportagem.
"Jamais
a campanha impôs exigências ou fixou valores", afirmou caetano. Segundo
ele, a Andrade Gutierrez "fez doações legais e voluntárias para a campanha
de 2014 em valores inferiores à quantia doada ao candidato adversário".
"Em
nenhum momento, nos diálogos mantidos com o tesoureiro da campanha sobre
doações eleitorais, o representante da Andrade Gutierrez mencionou obras ou
contratos da referida empresa com o governo federal", escreveu o
coordenador jurídico da campanha.
A assessoria do Partido dos Trabalhadores disse, em nota, que "refuta as ilações apresentadas. Todas as doações que o PT recebeu foram realizadas estritamente dentro dos parâmetros legais e posteriormente declaradas à Justiça Eleitoral."
A assessoria do Partido dos Trabalhadores disse, em nota, que "refuta as ilações apresentadas. Todas as doações que o PT recebeu foram realizadas estritamente dentro dos parâmetros legais e posteriormente declaradas à Justiça Eleitoral."
A
assessoria do PMDB disse que o partido não recebeu nenhum tipo de doação
irregular. "Tudo está declarado ao Tribunal Superior Eleitoral como manda
a legislação".
A
defesa do ex-ministro Antonio Palocci negou que ele tenha participado de
negociações em torno da construção de Belo Monte e que tenha atuado na captação
de doações para a campanha de Dilma em 2010.
A
defesa também manifestou estranheza com o fato de que o suposto pedido de
doação para 2010 esteja relacionado ao consórcio, contratado apenas em
fevereiro 2011 e cuja obra só começou no segundo semestre daquele ano.
Fonte:
Folha de São Paulo